À PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA DE AMPARO
Exmo. Senhor Prefeito Carlos Alberto Martins
Na reunião do Conselho Municipal de Cultura de Amparo, realizada no dia 6 de junho de 2025, das 09h às 11h30, no Paço Municipal “Prefeito Carlos Piffer”, foi consenso do colegiado sugerir à municipalidade, especialmente para a edição deste ano, a adoção de um formato alternativo para o Festival de Inverno de Amparo, de maneira descentralizada, com a utilização de espaços públicos e comuns em todo o território da cidade.
Os membros deste conselho, em sua maioria formados por artistas e produtores culturais locais, ressaltam que esse modelo de atividades não é novidade, pois remete às origens do evento, quando se priorizavam ações educativas, lúdicas e coletivas, fortemente vinculadas à produção cultural da cidade, especialmente entre os anos de 2001 e 2012. Lembramos ainda que, em outras edições, os grandes shows na praça eram pensados para celebrar a pluralidade e diversidade cultural brasileira, de forma distinta aos realizados nos últimos anos, que se pautaram em shows de grande escala, apelo comercial e alto volume sonoro.
O Conselho Municipal de Cultura de Amparo propõe novas ações e alternativas logísticas que garantam a perenidade e manutenção deste importante evento cultural na cidade, especialmente em razão da decisão judicial que limita a emissão sonora acima de 55 decibéis na Praça Pádua Salles, o que inviabiliza a realização do evento no formato tradicional. Nossa proposta visa o diálogo com todas as partes envolvidas e busca mitigar a incerteza e instabilidade enfrentadas pela classe artística local e regional, além de minimizar os impactos sobre setores diretamente afetados pela possível extinção do festival, entre eles o setor hoteleiro, bares e restaurantes, comércio local, produtores rurais, entre outros.
Diante dos fatos e considerando o cancelamento desta manifestação cultural genuinamente amparense, o Conselho Municipal de Cultura de Amparo sugere a descentralização da programação oficial do evento para outras áreas do município, incluindo o uso de outros prédios e praças públicas, como segue:
I - Uso dos espaços e estruturas existentes no Museu Histórico, na Pinacoteca, na Casa da Memória e no Parque Ecológico Municipal para atividades de exposições de arte, literatura, rodas de conversa, palestras, oficinas e workshops relacionadas à programação do festival de inverno.
II - Uso dos espaços e estruturas existentes na Escola das Artes, no auditório da Rádio Cultural e no Cine Foto Clube de Amparo para apresentações musicais, de dança, de cinema, teatro e/ou outras atividades culturais relacionadas à programação.
III - Uso do palco existente no pátio ao lado da Prefeitura Municipal para a realização de shows de médio ou grande porte, incluindo a instalação de praça de alimentação.
IV - Uso do Jardim Público para a realização de oficinas culturais voltadas para o público infantil e a melhor idade; para a realização de varal literário e/ou outras atividades que não exijam o uso de equipamentos sonoros pesados ou estruturas de palco.
V - Uso das praças públicas centrais nos bairros Jardim São Dimas, Camanducaia, Três Pontes, Arcadas, Pantaleão e/ou outras, para atividades de menor porte relacionadas à música, roda de viola, contação de histórias, teatro, oficinas infantis, etc., assim como durante as "Feiras Noturnas" realizadas na praça principal do Jardim São Dimas.
VI - Uso dos templos religiosos centrais, como a Catedral Nossa Senhora do Amparo, Igreja do Rosário e São Benedito, para a realização de concertos eruditos e apresentações de corais, aproveitando a excelente acústica e beleza estética desses locais.
VII - Uso da Ladeira das Artes para apresentações de dança, teatro e outras atividades culturais, assim como ocorreu durante sua inauguração.
VIII - Uso dos espaços e do estacionamento do Morro do Cristo para shows de médio e grande porte, valorizando ainda mais esta importante localidade turística e sua estética visual.
IX - Locação das estruturas do Cine Estação e do Clube 8 de Setembro para atividades ligadas ao cinema e apresentações de dança, música e teatro de pequeno e médio porte, aproveitando suas estruturas, localização e prestígio social.
X - Uso dos espaços e estruturas existentes no prédio da Estação da Mogiana para atividades relacionadas aos artesãos e produtores locais, como sempre foi o espaço das fazendas, com quitutes, artesanato e produtos típicos de Amparo. O local também pode acolher apresentações musicais mais intimistas e de menor volume.
XI - Uso dos recém-inaugurados Mercado Municipal e Ponte Vecchia para atividades musicais, performances artísticas e teatrais.
XII - Uso do Parque Águas do Camanducaia (Parque Linear) para atividades esportivas, de lazer e/ou culturais, oferecidas à população e aos visitantes nos finais de tarde.
Diante das propostas apresentadas neste documento, o Conselho Municipal de Cultura de Amparo se coloca à disposição para colaborar e trabalhar junto à administração pública, ao Ministério Público, à Câmara dos Vereadores, à Associação Comercial, aos trabalhadores do setor e, principalmente, aos moradores em torno da Praça Pádua Salles, para encontrar uma solução confortável, sustentável, inteligente e, acima de tudo, que seja adequada às partes envolvidas.
Conselho Municipal de Cultura de Amparo
Amparo, 09 de junho de 2025
