Pode levar até uma hora para os anúncios aparecerem na página. Cons
Após mais uma rodada marcada por decisões controversas no Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o afastamento dos árbitros envolvidos em três partidas: Cruzeiro x Palmeiras, Flamengo x Juventude e Vitória x Fluminense.
O estopim foi a atuação na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, em que uma expulsão duvidosa contra o time mineiro e um pênalti marcado a favor dos paulistas geraram forte repercussão. Situações semelhantes aconteceram nas outras partidas, todas com erros que interferiram diretamente no andamento e resultado dos jogos.
Os árbitros de Internacional 3 x 0 Cruzeiro foram:
Juiz: Marcelo de Lima Henrique (CE)
Assistentes nº 1 e nº 2: Nailton Júnior de Sousa e Renan Aguiar da Costa (CE)
Quarto árbitro: Luciano da Silva Miranda (CE)
VAR: Daiane Muniz
AVAR: Amanda Matias
A arbitragem de Sport 1 x 2 Palmeiras teve:
Juiz: Bruno Arleu de Araújo (RJ)
Assistentes nº 1 e nº 2: Rodrigo Figueiredo Henrique (RJ) e Thiago Henrique Neto (RJ)
Quarto árbitro: Afro Rocha de Carvalho (PB)
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
AVAR: Diogo Carvalho Silva (RJ)
“Estamos afastando essas equipes para que passem por nova instrução. O objetivo é que, quando voltarem a ser escaladas, estejam mais preparadas e alinhadas com os protocolos do VAR e da arbitragem moderna”
Como resposta, a CBF tomou a já conhecida atitude de afastar os árbitros para uma suposta reavaliação técnica. No entanto, essa medida paliativa não resolve o problema estrutural que há anos afeta o futebol brasileiro: a arbitragem ainda é amadora em sua essência.
Enquanto países com ligas fortes já contam com árbitros profissionalizados, dedicados exclusivamente à função e submetidos a um acompanhamento técnico rigoroso, no Brasil os árbitros continuam conciliando outras profissões com a atuação nos gramados. Isso compromete a preparação, o rendimento e a credibilidade do setor.
A atual gestão da CBF coleciona episódios de decisões equivocadas e falta de transparência. E é importante destacar que os clubes também têm responsabilidade nesse cenário. A maioria das equipes da Série A apoiou e ainda sustenta a atual direção da entidade, mesmo diante de constantes falhas de gestão como a que envolve a arbitragem.
O afastamento pontual de árbitros pode até gerar manchetes e transmitir uma imagem de ação por parte da CBF, mas não ataca a raiz do problema. Sem a profissionalização do setor, a modernização dos processos e uma maior responsabilização técnica, os erros continuarão se acumulando rodada após rodada.
O futebol brasileiro, seus profissionais e seus torcedores merecem mais do que desculpas e soluções temporárias. É hora de encarar a arbitragem com a seriedade que ela exige e isso começa com coragem para promover mudanças estruturais de verdade.