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Histórias de Amparo

20 de setembro de 2024 – 25 anos de morte do dr. Attílio Mazzini, o médico dos pobres

Publicada em 20/09/24 às 01:05h - 44 visualizações

MARCELO HENRIQUE


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20 de setembro de 2024 – 25 anos de morte do dr. Attílio Mazzini, o médico dos pobres
 (Foto: TV AMPARO)
Hoje, 20 de setembro, completam-se 25 anos de morte do dr. Attílio Mazzini. Tive a honra de conviver com ele na Santa Casa Anna Cintra, entre junho de 1994 e abril de 1996, quando trabalhei como recepcionista nesse hospital e, é claro, tenho muitas histórias para contar sobre o saudoso e querido amigo, as quais, infelizmente, não cabem nesta crônica-homenagem.

O nome de dr. Attílio Mazzini era sinônimo de dedicação à Medicina e de total  abnegação. Ao decidir-se pela profissão, fez dela seu sacerdócio. O epíteto a ele conferido – "médico dos pobres" – é referência na lembrança de todos os que dele receberam  atendimento profissional e amparo fraterno durante a segunda metade do século XX.

Attílio Mazzini era filho de Maximiliano Vitorio Mazzini e dona Rechilde Vecchia Mazzini. Ele nasceu em Amparo/SP no dia 13 de abril de 1915. No período de 1927 a 1933, na cidade de Campinas (SP), cursou ginásio e colégio no “Ateneu Paulista”. Depois disso, matriculou-se na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, onde se bacharelou em 1939. 

No 3.° ano da Faculdade, começou a trabalhar como funcionário da Câmara dos Deputados, onde atuou como taquígrafo. Em 1937, tornou-se assistente do então ministro da Saúde, prof. Jorge Bandeira de Mello, e chegou a chefiar  o Laboratório de Análises Clínicas homônimo, onde permaneceu até 1939. Através de concurso público, assumiu o posto de médico psiquiatra do Hospital de Débeis Mentais do Rio de Janeiro. 

Concluído o curso de Medicina, fixou residência na capital paulista, onde se dedicou à clínica médica e ao consultório particular. Em 1942, retornou definitivamente para Amparo, integrando o Corpo Clínico da Santa Casa Anna Cintra, que, na época, era dirigida pelo dr. Coriolano Burgos. Lá, atuou como clínico e parteiro, ao lado de dr. Antonio Nóbrega, dr. Vasco de Toledo, dr. Carlos Burgos e das irmãs de caridade que, naqueles recuados anos, atuavam no hospital. Na Santa Casa, também exerceu as funções de anestesista e foi pioneiro no uso das intubações endotraqueais. Organizou o primeiro Laboratório de Análises Clínicas de toda a região e contribuiu decisivamente para a implantação do Sanatório Ismael, onde por mais de uma década se dedicou ao tratamento dos doentes mentais.

Outras atividades contaram com sua dedicação: lecionou Biologia e Anatomia no antigo Ginásio do Estado (atual Escola Estadual “Dr. Coriolano Burgos”). Por décadas, foi médico do Amparo Athlético Club, prestando inestimáveis serviços a essa associação esportiva da qual era um torcedor apaixonado. 

Dr. Attílio Mazzini foi casado com dona Maria Eneida Guedes Mazzini, criatura boníssima e benemérita, responsável pela criação da primeira creche amparense: a Creche Santa Rita de Cássia. Tiveram apenas um filho, Noedyr Guedes Mazzini, que faleceu vítima de acidente automobilístico em 21 de abril de 1964, com apenas 18 anos. A fatalidade, no entanto, não arrefeceu, em ambos, a disposição à solidariedade. Num gesto de carinho e reconhecimento, uma escola na cidade, no Jardim São José (Pinheirinho), ganhou como patrono seu filho tão amado: Escola Estadual “Noedir Mazzini”. 

Sua popularidade motivou reiterados convites de todos os partidos políticos para filiação e disputas eleitorais. Jamais aceitou: sua verdadeira vocação era a Medicina, que abraçou como sacerdócio, com grandeza e generosidade. Através de decreto legislativo, a Câmara Municipal de Amparo lhe outorgou, em 1977, o merecido título de cidadão benemérito.

Nos últimos tempos, jantava toda noite no Restaurante Alves (onde hoje fica o Estação Don Salles - Chopperia & Restaurante), na Praça Pádua Salles, bebericando, durante o jantar, uma dose de Campari. Seu Corcel 1, marrom, caindo aos pedaços, estava sempre mal estacionado nas praças e ruas centrais de Amparo, mas ninguém multava: todos sabiam que era o carro do dr. Mazzini!

Depois, seguia, diariamente, por volta das 18h30/19h, para a Santa Casa. Dormia no quarto 12 - Posto 2, que, na época, era reservado exclusivamente para ele, mas, antes, por volta das 20h, pedia cachorro-quente no Gordo Chic (para si e para os recepcionistas), acompanhava, por horas, a movimentação da recepção e, esporadicamente, até consultas ele atendia - muitas vezes, inclusive, acordado, durante a madrugada, por algum casal aflito e humilde, sem recursos financeiros, com o filhinho doente no colo — consulta jamais cobrada (sou testemunha disso!).

Ainda consigo me recordar de sua veneranda presença, velhinho, envergando um costumeiro paletó xadrez, marrom, sobre a roupa branca, braços para trás, cigarro entre os dedos (sim, mesmo dentro do hospital!), circulando pelos corredores do "Anna Cintra", distribuindo afagos e sorrisos.

Encantou-se em 20 de setembro de 1999, aos 84 anos.

Em 1.° de outubro de 2001, por iniciativa do deputado estadual Edmir Chedid, o Governo do Estado de São Paulo sancionou a Lei n.º 10.898, que determinou a denominação do Conjunto Habitacional localizado no distrito de Arcadas, em Amparo: Conjunto Habitacional Dr. Attílio Mazzini. Também é nome de avenida no bairro Jardim Juliana, em Amparo - Avenida Dr. Attílio Mazzini.

No centro de Amparo, na Praça Dr. Araújo, endereço onde por muitos anos manteve residência e consultório (atualmente, uma das entradas da Loja Cybelar), a Municipalidade erigiu um busto em sua homenagem, confeccionado pelo artista plástico Otávio Teixeira Mendes.

Encerro com esta trova antiga, que dediquei a ele, ainda em vida:

O teu desvelo, doutor,
que sempre merece palmas,
faz mais que curar a dor:
é exemplo de amor às almas!

Saudade! Muita saudade!



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