O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, nesta terça-feira (28), que mais de 2 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em 2024. Ao todo, foram realizadas 1.035 ações fiscais, que resultaram no pagamento de R$ 7,06 milhões em verbas trabalhistas e rescisórias.
Os setores com maior número de resgates foram construção de edifícios (293 trabalhadores), cultivo de café (214) e cultivo de cebola (194). Além disso, 19 trabalhadores domésticos foram resgatados em 22 ações específicas. Minas Gerais e São Paulo lideram o ranking de estados com mais casos, com 500 e 467 resgates, respectivamente.
Combate ao trabalho escravo
As operações contaram com a atuação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, que envolve órgãos como o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Rodoviária Federal e a Defensoria Pública da União. "A partir do resgate, acionamos uma rede de apoio para garantir direitos e políticas públicas às vítimas", explicou André Esposito, coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravizador.
Direitos dos trabalhadores resgatados
Todo trabalhador resgatado tem direito ao Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, pago em três parcelas de um salário mínimo cada. O benefício, somado às verbas trabalhistas, busca oferecer condições para que as vítimas possam recomeçar.
Reconhecimento internacional
O Brasil é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como modelo no combate ao trabalho escravo. "Precisamos manter e reforçar os esforços que têm dado resultados importantes", destacou Esposito.
Com o aumento dos resgates em áreas urbanas, que representaram 30% do total em 2024, o governo reforça a importância da denúncia e da fiscalização para erradicar essa prática.