Amparo (SP) registrou a primeira morte por dengue da região de Campinas em 2025. A confirmação foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz e divulgada pela prefeitura nesta quarta-feira (22). A vítima era uma mulher de 46 anos, internada e que faleceu em 4 de janeiro. Não há informações sobre a existência de comorbidades.
Localizada no Circuito das Águas Paulista, Amparo também foi o primeiro município da região a decretar estado de emergência no combate à dengue neste ano. Até o momento, a cidade contabiliza 291 casos da doença em 2025 e está investigando outros quatro óbitos. No ano anterior, houve uma morte confirmada pela infecção no município.
O estado de emergência foi decretado após o aumento significativo de casos entre os dias 1º e 14 de janeiro. Com isso, a prefeitura pode agilizar ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, como a compra de materiais e a contratação de serviços sem a necessidade de licitação. Também foram suspensas as férias e folgas dos agentes de saúde envolvidos no controle da epidemia.
Segundo o Ministério da Saúde, o aumento no número de casos de dengue no Brasil ficou mais evidente no final de 2024, quando o sorotipo DENV3 passou a se espalhar com mais força. Em São Paulo, o DENV3 representou 28,7% dos casos, atrás apenas do Amapá, com 31,8%. Esse cenário preocupa especialistas, já que o DENV3 tem maior potencial de infecção devido à baixa imunidade da população, resultado de sua circulação limitada nos últimos anos.
De acordo com a professora Maria Anice Mureb Sallum, da USP, especialista em ecologia de mosquitos, a expansão do DENV3 exige atenção redobrada das autoridades. "Grande parte da população é suscetível, o que pode levar a um aumento significativo de casos em um curto período", explica a pesquisadora.