Nos últimos meses, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mergulhou em mais um capítulo turbulento da sua história. Agora, sob suspeita de falsificação da assinatura do ex-vice-presidente Coronel Nunes, o mandato de Ednaldo Rodrigues na presidência da entidade corre sério risco. Reuni neste texto uma linha do tempo com os principais acontecimentos que explicam como essa crise se desenhou e o que ainda está por vir.
📌 Linha do tempo da crise na CBF
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Março de 2022
Ednaldo Rodrigues é eleito presidente da CBF em uma assembleia marcada por tensões judiciais, já que o pleito foi possível graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro.
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7 de dezembro de 2023
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anula o TAC, alegando interferência indevida do MP no processo eleitoral. Ednaldo é afastado e José Perdiz, então presidente do STJD, é nomeado interventor.
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3 de janeiro de 2024
Em decisão liminar no STF, o ministro Gilmar Mendes suspende o afastamento e determina o retorno imediato de Ednaldo ao cargo, reconhecendo a legitimidade do TAC firmado com o MP-RJ.
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21 de fevereiro de 2025
Um novo acordo é homologado pelo STF entre CBF, dirigentes e federações, encerrando disputas judiciais e consolidando a permanência de Ednaldo no cargo. Um dos documentos apresentados para validar o acordo tem assinatura do ex-vice-presidente Coronel Nunes.
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24 de março de 2025
Ednaldo é reeleito por aclamação para o mandato 2026–2030, durante assembleia geral da CBF.
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5 de maio de 2025
Um laudo pericial assinado pela perita Jacqueline Tirotti conclui que a assinatura de Coronel Nunes no documento usado para legitimar o acordo não é autêntica. Além disso, um laudo médico de 2023 aponta que Nunes tinha déficit cognitivo por conta de uma cirurgia cerebral, o que comprometeria sua capacidade de autorizar qualquer acordo.
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6 de maio de 2025
A deputada federal Daniela do Waguinho protocola no STF um pedido para o afastamento imediato de Ednaldo, anexando o laudo pericial e o atestado médico. A CBF rebate com uma nota oficial, dizendo que os atos foram conduzidos de forma legal e que ainda não teve acesso formal ao laudo.
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7 de maio de 2025
O caso ganha contornos políticos: o deputado Sargento Gonçalves solicita uma audiência pública na Comissão de Esportes da Câmara para tratar do tema.
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28 de maio de 2025
O Supremo Tribunal Federal julgará a ADI 7580, que trata do TAC entre CBF e MP-RJ. É neste julgamento que o destino de Ednaldo Rodrigues pode ser selado – inclusive com possibilidade de destituição do cargo, caso fique comprovada fraude na assinatura de Coronel Nunes.
O risco para a CBF vai além de uma simples troca de comando. Se o STF entender que houve fraude ou interferência externa, a FIFA pode intervir, já que seus estatutos proíbem ingerência de órgãos públicos nas federações nacionais. O Brasil corre, inclusive, o risco de sanções internacionais.
Enquanto isso, a credibilidade do futebol brasileiro continua em xeque. O que deveria ser uma entidade que regula e promove o esporte mais popular do país, vive mais um capítulo de uma novela que parece não ter fim.
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