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Neste sábado (17), em um raro movimento de unidade no futebol brasileiro, os clubes que integram as principais frentes de organização esportiva do país. A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU), divulgaram uma nota oficial em apoio ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, como candidato à presidência da CBF. O comunicado vem na esteira da deposição de Ednaldo Rodrigues e expressa, de forma clara, a insatisfação dos clubes com a forma como o futebol nacional tem sido conduzido.
Com 34 assinaturas, incluindo gigantes como Flamengo, Corinthians, Atlético-MG, São Paulo, Fluminense, Internacional, Cruzeiro, Guarani e Fortaleza, a nota critica a “falta de liderança e transparência” e destaca a ausência de protagonismo dos clubes nas decisões da CBF. E é justamente essa ausência que alimenta um futebol institucionalmente estagnado, preso a velhos vícios e estruturas obsoletas.
Mais do que uma escolha política, o apoio a Reinaldo é um grito por mudanças. Trata-se de um dirigente que, com longa trajetória no comando da FPF, conseguiu modernizar a gestão do futebol paulista, aproximar-se dos clubes e ouvir os diferentes elos da cadeia esportiva. Em um cenário carente de lideranças sólidas e confiáveis, ele surge como o melhor nome entre os até agora cogitados, experiente, articulado e com trânsito tanto entre clubes quanto federações.
Esse apoio conjunto pode marcar um ponto de inflexão. As divergências comerciais entre Libra e LFU continuam, mas a união em torno de um nome mostra que há consciência de que o futuro do futebol brasileiro depende de algo maior: institucionalidade, transparência e voz ativa para quem sustenta o espetáculo, os clubes.
A grande questão, no entanto, permanece: os clubes conseguirão romper a resistência histórica das federações estaduais, que tradicionalmente dominam o colégio eleitoral da CBF? Ou mais uma vez teremos um processo em que os interesses políticos se sobrepõem às necessidades reais do futebol brasileiro?
De toda forma, essa manifestação representa um avanço simbólico e estratégico. Pela primeira vez em muitos anos, os clubes entenderam que, juntos, podem pressionar por uma nova forma de governança. O futebol brasileiro precisa urgentemente de uma CBF que olhe menos para dentro e mais para o que acontece nos gramados, nas arquibancadas e nos bastidores dos clubes.
Reinaldo Carneiro Bastos, hoje, é a aposta mais sensata para começar essa transformação.